Sobre
O INSTITUTO BOTO CINZA, ou simplesmente IBC, é uma
Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, de cunho socioambiental.
Missão
Trabalhar em prol da preservação do boto-cinza e da conservação do ecossistema marinho com compromissos socioambientais.
Visão
Ser referência internacional no meio científico na preservação e conservação do boto-cinza e do ecossistema marinho.
Nossa História
O Instituto Boto Cinza teve seu início em 1997, quando um dos seus fundadores, o biólogo marinho Leonardo Flach, começou a estudar a ecologia e biologia da espécie Sotalia guianensis (boto-cinza) no litoral sul fluminense. Esses primeiros estudos se tornaram a base das ações de pesquisa e conservação que definem a missão da instituição até hoje.
Em 2001, o que começou como um projeto de pesquisa se transformou no “Projeto Boto Cinza”, ampliando suas atividades para incluir a educação ambiental. Através de palestras em escolas, exposições, vídeos, e capacitação de professores, o Projeto atingiu mais de 30 mil pessoas, envolvendo comunidades locais e pesqueiras.
Em 2005, o Instituto começou a realizar coleta de dados sistemática, com mais de 18 linhas de pesquisa desenvolvidas em parceria com instituições como Maqua/UERJ, UFMG e UFRJ. Esses estudos geraram importantes publicações e resultados, apresentados em congressos nacionais e internacionais.
Em 2009, o trabalho desenvolvido alcançou uma nova etapa quando Elaine Ferreira, empreendedora social, se uniu ao Projeto. Ela propôs a criação do Instituto Boto Cinza como uma entidade jurídica, garantindo suporte institucional às atividades de conservação e pesquisa.
Em 2011, o Instituto Boto Cinza inaugurou sua sede em Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, oferecendo à comunidade um espaço gratuito com museu, biblioteca e sala multimídia para exibições de vídeos sobre temas ambientais. O local se tornou uma importante opção de cultura e lazer para a população, ao mesmo tempo em que gerava emprego e renda direta e indireta na região. Ao longo dos anos, cerca de 200 colaboradores, incluindo voluntários, estagiários, prestadores de serviços e funcionários de diferentes nacionalidades, contribuíram com o projeto até 2016, quando o Instituto assumiu novas direções estratégicas. Posteriormente, em 2018, uniu-se ao Parque Estadual Cunhambebe para expandir as atividades de educação ambiental, agora contando com o Museu do Boto-Cinza, que recebe estudantes e visitantes em sua sede no Vale do Sahy.
Nos últimos anos, o Instituto Boto Cinza também desempenhou um papel fundamental na política pública ambiental. Entre as suas principais conquistas estão:
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a inclusão, em 2011, do boto-cinza na lista da Secretaria de Estado do Ambiente entre as dez espécies mais ameaçadas de extinção no Rio de Janeiro;
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o reconhecimento da espécie como Patrimônio Natural de Mangaratiba, Lei Municipal nº 832, de 26 de outubro de 2012;
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a criação da APA Marinha Boto-Cinza, Lei Municipal nº 962, de 10 de abril de 2015, de uso sustentável, com Conselho Gestor Deliberativo, que abrange 50% da Baía de Sepetiba (250 km²).
Com essas conquistas os resultados do trabalho passaram a ser mais expressivos e reconhecidos pela comunidade local, acadêmicos e representantes públicos. Atualmente o Instituto Boto Cinza faz parte dos Conselhos de Meio Ambiente do Município de Mangaratiba, APA Marinha Boto-Cinza, Parque Estadual Cunhambebe e Rebio Guaratiba, além de ser membro da Rede de encalhe de Mamíferos Aquáticos do Sudeste - REMASE.
Ao longo dos anos, o Instituto consolidou seu papel de liderança nas áreas de pesquisa, educação e políticas públicas, sempre com o boto-cinza como símbolo de sua missão.Os objetivos estratégicos do Instituto Boto Cinza atualmente focam na redução da mortalidade do boto-cinza no litoral sul fluminense e na disseminação de informações científicas sobre a espécie. Suas ações sempre se baseiam em quatro bases: Pesquisa e Conservação, abrangendo estudos sobre ecologia, genética, bioacústica, e interação com a pesca; Educação Ambiental, usando ferramentas para sensibilizar a comunidade e promover a conservação marinha; Políticas Públicas, visando mitigar impactos humanos sobre a espécie; e Geração de Renda, capacitando a comunidade pesqueira para atuação no setor de turismo de observação de golfinhos e atividades relacionadas à conservação ambiental.
O biólogo Dr. Leonardo Flach, coordenador científico do Instituto, desenvolve pesquisas na área de biologia e ecologia marinha desde 1997. Ele já atuou em diversos planos e políticas de conservação de cetáceos, como o Plano de Ação de Pequenos Cetáceos e a Cartilha Pesca Legal do MPF.
Entre os projetos desenvolvidos pelo Instituto destacam-se:
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Projeto Amigo do Boto-cinza (2001-2007): Com patrocínio da MBR, focou em estudos de biologia e ecologia do boto-cinza e disseminação de informações sobre a espécie.
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Projeto Boto-Cinza (2008-2014): Financiado pela Vale S.A., realizou monitoramento de cetáceos nas Baías de Sepetiba e Ilha Grande, identificando impactos antropogênicos e promovendo conscientização ambiental.
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Projeto Abrace o Boto-Cinza (2013-2015): Patrocinado pela Petrobras, por meio do programa Petrobras socioambiental, ampliou o conhecimento científico sobre o boto-cinza, capacitando jovens e pescadores para monitoramento ambiental e promovendo o turismo de observação de golfinhos.
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Projeto de Monitoramento de Praia da Bacia de Santos (desde 2016): Monitora os impactos do pré-sal sobre a fauna marinha e realiza atividades de conscientização ambiental com comunidades pesqueiras.
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Projeto de Ecologia Espacial (desde 2020): Utiliza telemetria satelital para estudar a distribuição e uso do habitat de cetáceos no complexo Sepetiba-Ilha Grande.
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Projeto Guardião do Mar: Financiado pelo Funbio, capacitou pescadores e filhos de pescadores, proporcionando formação para o transporte marítimo e práticas de turismo de observação de golfinhos, além de sensibilizar mais de 300 estudantes.
Esses projetos refletem o compromisso do Instituto com a pesquisa, educação e conservação ambiental.